ESPIRITISMO II - O que os Espíritos disseram a Kardec

 

Allan Kardec na metade do século XIX frequentava as reuniões onde as mesas respondiam perguntas das mais variadas.

Levando a sério os fenômenos, Kardec começou a fazer perguntas de interesse geral e não apenas pessoal, como era de hábito.

Assim, descobriu que a inteligência por detrás dos fenômenos tratava-se de Espíritos que viveram como homens na Terra e que agora constituem o mundo espiritual, assim como durante a vida constituíram o mundo corporal.

Kardec percebeu que um novo paradigma estava se iniciando ali, sendo revelado por eles, com um corpo de doutrina que foi denominado Doutrina dos Espíritos ou Doutrina Espírita.

Desta feita alguns princípios foram elencados, como:

Existe um Deus único, eterno, por isso imutável, todo-poderoso e soberanamente justo e bom.

Essa resposta suscitou em Kardec o desejo de saber qual o conceito de Deus que eles poderiam apresentar, e ao perguntar recebeu a seguinte resposta: Deus é a Inteligência Suprema, Causa Primária de todas as coisas.

Como um ser criador, possibilitou a existência de todo esse cenário que nos circunda, com seres animados e inanimados, materiais e imateriais.

Conhecemos, de certa forma, o mundo material, no entanto, os Espíritos afirmaram a existência de um mundo não material, invisível aos olhos humanos, onde os Espíritos habitam.

Disseram também tratar-se, esse mundo invisível, do mundo verdadeiro ou primitivo, que preexiste ao material, podendo este ser até destruído sem afetar o mundo Espírita.

Kardec ficou admirado com as respostas chegando a dizer que mesmo que elas não tivessem vindo do mundo espiritual ele lhes daria crédito, pela sua lógica e racionalidade e por nunca ter pensado a respeito antes.

Foi assim que o professor Rivail (nome verdadeiro de Kardec) entrou em contato com os fenômenos espíritas e, a partir das respostas apresentadas, percebeu que uma janela estava sendo aberta para o mundo espiritual e tomou a si o compromisso de investigar e divulgar.

Uma informação das mais importantes foi a descoberta que esses Espíritos não eram abstratos e sim revestidos de um invólucro semimaterial que o liga ao corpo material, quando no mundo corpóreo. Seria um princípio intermediário entre o Espírito e a matéria.

Descobriu-se, então, que o homem é formado por três partes: o corpo físico, semelhante ao dos animais; a alma ou Espírito encarnado nesse corpo e um intermediário, chamado perispírito (envolvendo o Espírito).

Com a morte destrói-se o invólucro mais grosseiro, enquanto o Espírito conserva o segundo, o perispírito, um corpo invisível para nosso olhar material. Assim, o Espírito tem uma forma humana e perceptível por eles, por isso alguns não acreditam que morreram e os médiuns videntes conseguem percebê-los.

Descobriu-se também que a existência na Terra tem o objetivo de auxiliar o Espírito a evoluir, até provar que já conquistou valores e virtudes suficientes para classificá-lo como Espírito superior, pronto para começar a auxiliar o próximo como missionário.

Sendo assim, a morte nada mais é do que um retorno ao mundo dos Espíritos, de onde todos os Espíritos saem em romagem terrena para seu aprendizado. Donde se conclui que: a alma tinha a sua individualidade antes da encarnação e a conserva após a separação do corpo.

A resposta mais consoladora dos Espíritos foi saber que no regresso ao mundo espírita é possível ao Espírito reencontrar todos os que conheceu na Terra. Pode-se também, pedir uma nova oportunidade para resolver questões pendentes de suas existências.

Enquanto encarnado o Espírito está sob a influência da matéria. É necessário superar essa influência, pela elevação e purificação de sua alma, aproximando-se dos bons Espíritos. No entanto, aquele que se deixa dominar pelas más paixões e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, aproxima-se dos Espíritos impuros, dando preferência à natureza animal.

Conclui-se então que existe um mundo à parte, além do que conhecemos, onde habitam os Espíritos. Esses são seres inteligentes da criação divina. Eles estão por toda parte constituindo uma das forças da natureza e são instrumentos divinos para os desígnios providenciais.

FONTE: KARDEC, A. O Livro dos Espíritos trad. J. Herculano Pires 82. ed. São Paulo; LAKE, 2017.

 Adaptação: Carlos Gomes

 

 

 

 

 

 


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